Uma louça quebrada para muitos é lixo. Lívia Marin faz perfeitamente – e maravilhosamente – o papel de um grande artista plástico. Pega um material sem aparentemente nenhuma utilidade e o transforma em uma bela obra de arte. A chilena radicada em Londres ganhou elogios na Europa com as louças derretidas, da exposição Broken Things – coisas quebradas em português, que está passando por galerias do continente.
Marin usa uma seleção de objetos quebrados, muitos dos quais parecem derreter e transbordar. O objetivo é questionar a relação do homem com os objetos cotidianos, em uma cultura cada vez mais dominada por hábitos de consumo e descarte.
Ao todo são 30 peças, que são feitas de fragmentos de xícaras, jarros, pratos e tigelas – somente 20 fazem parte da exposição. Todas elas representam luxo e prestígio de elite, mas que aos olhos de quem vê, estão se desfazendo. O item quebrado representa perda, já o arranjo e a manutenção reforça a relação de cuidado e enfatiza o conceito de continuidade, e é essa a mensagem que a artista que passar com a sua obra.
As peças são de cerâmica e resina, finalizadas com aplicação de silkscreen em gesso. A exposição Broken Things também inclui mais de trinta fotografias de pequeno e médio formato rasgadas e completadas por uma delicada costura em fio de ouro.
Lívia Marin- Nasceu em 1973, mas vive em Londres. Estudou Arte na Universidade do Chile e está prestes a concluir o PHD em artes no Goldsmith College. Ela já foi nomeada cinco vezes pelo governo chileno para o Fundo Nacional de Artes e Cultura.